Cada livro que eu escrevo obedece a um Projecto previamente pensado, traçado e definido nas suas diferentes vertentes técnicas e pedagógicas. Durante semanas ou meses, a minha principal tarefa consiste em escrever no papel o esqueleto do trabalho que pretendo realizar, onde vou definindo o índice, com os temas e subtemas a abordar. Tomo notas sobre livros a ler e consultar ou locais de pesquisa na internet. Defino o grau de aprofundamento das matérias tratadas, em função dos Programas Oficiais em vigor, quando se trata de livros de âmbito escolar. Muitos outros pormenores são definidos mais tarde, durante a fase de escrita do esboço do livro, em papel, ou mesmo durante a fase de escrita do livro, no PC.
Depois desta fase de definição do Projecto a realizar, passo então ao trabalho de Leitura e Pesquisa de livros técnicos diversos, tomando notas curtas diversificadas sobre pormenores a não esquecer de incluir, imagens interessantes a intercalar, ideias novas que surgiram, questões de pormenor a pesquisar, etc. Esta é a fase de maior Criatividade, em que aparecem realmente ideias diferentes.
O trabalho de pesquisa pode durar 1 a 2 meses – depende da dimensão do projecto. Este trabalho é fundamental e imprescindível. Cada um de nós tem uma visão própria do mundo. Cada um de nós aborda os assuntos de forma diferenciada. A confrontação de pontos de vista diferentes é sempre positiva, permitindo-nos questionar os nossos próprios pontos de vista, as nossas ideias e conceitos, sobre qualquer assunto. O Projecto serve exatamente para isso – confrontar ideias e apresentar soluções novas. Projecto vem do latim Projectum que significa ‘O acto de lançar para a frente’ . Projectar é exatamente isso ‘lançar para a frente’ – fazer a ponte entre o presente e o futuro.
O Trabalho de Escrita propriamente dito só começa depois de terminada a fase global de pesquisa. Quando começo a escrever, já li ou consultei várias dezenas de livros, de forma a refrescar a memória; já fiz centenas de pesquisas, nomeadamente na internet, onde existe um enorme acervo sobre todo o tipo de assunto. Na internet, é preciso ter uma atitude muito crítica, pois existe coisas boas, mas também (a maioria) muito lixo, muita informação errada ou com pouco valor técnico ou científico.
A minha escrita é uma escrita corrida, fazendo recurso aos conteúdos que armazenei na cabeça. Por isso, o discurso é meu, as palavras são minhas, não há cópias de texto de ninguém. Evidentemente que vou utilizar o conhecimento científico que cientistas, físicos e matemáticos já estabeleceram como válidos e correctos – é essa a única cópia que existe nos meus livros. As figuras que utilizo nos livros são todas desenhadas na Editora, a partir de rascunhos meus.
O trabalho de escrita é moroso – pode demorar 6 meses, ou mais. É a fase mais cansativa, porque tem muitas tarefas repetitivas que se fazem com o teclado do PC (antigamente era com a máquina de escrever – o que era ainda pior.
(continua)
Nota: Leia também ‘A Escrita e a Criativade – Texto 1 ‘ e ‘A Escrita e a Criativade – Texto 2- Pesquisa de Novas Ideias’
JMatias
29_07_2013
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