- Acamado (peixe) – Muito peixe
- Alagou (o peixe) – Apanhou muito peixe
- Alborques – Intrigas, confusões.
- Armação – Arte de pesca antiga, com rede fixa.
- Arte Xávega – Rede de arrasto, puxada para a terra.
- Asido (aparelho) – O aparelho de pesca ficou preso dentro de água.
- Bartidor – Utensílio de pesca para tirar água dos barcos. Pensa-se que seja a deturpação da palavra ‘vertedor’ ou ‘vertedouro’.
- Batel – Barco de pesca antigo, substituído, depois, pelos botes com motor.
- Belisco – Porção de isco de pesca.
- Bicheiro – Arpão.
Praia_da_Nazare
- Bóias – Local no mar da Nazaré situado em frente do Promontório, onde antigamente ficavam fundeados os barcos, quando regressavam da pesca.
- Boqueirão – Aparelho de pesca à enguia, em rede, com vários arcos. É um guelricho maior.
- Bote – Barco de pesca a motor, com um comprimento entre 10 a 16 metros.
- Caçada – Aparelho completo de pesca ao anzol no mar, constituído por várias celhas de aparelho, com anzóis, as respetivas bóias e chumbéus. Uma caçada pode ter 40 celhas e cada celha cerca de 200 a 250 anzóis, o que perfaz 8000 a 10000 anzóis.
- Canastra – Cesto de verga utilizado pelas nazarenas para transportarem o peixe.
- Candil – Arte de pesca marítima, com rede de cerco, utilizando um candeio (foco luminoso), para atrair o peixe para a rede.
- Capinete – Camaroeiro.
- Caracoleiro – Aparelho de pesca à enguia, igual ao guelricho, que utiliza caracóis como isco.
- Cegada – Representação teatral, do tipo comédia, satírica, feita e representada por nazarenos, que retrata as ocorrências mais interessantes na Nazaré.
- Chumbéu – Pedra que é utilizada como peso num aparelho de pesca, com anzóis, para levá-lo para o fundo.
- Coroa – Locais da maré com pouca profundidade de água, comparativamente aos locais mais profundos que têm o nome de lagaceiras.
- Corrimão – Aparelho comprido com muitos anzóis, lançado à água, a partir do areal.
- Corrimão estacado – Técnica de pesca com o corrimão, fixando-o com estacas.
- Covo – Armadilha de pesca à lagosta e ao safio.
- Desempachar – Tirar as voltas ao aparelho de pesca, quando está todo emaranhado.
- Empachado – Termo que significa que o aparelho de pesca está todo emaranhado (com muitas voltas) e impróprio para pescar.
- Empatar o anzol – Atar o anzol à estravadura. A estravadura é um fio (atualmente, em nylon) curto que depois é atado à madre ou fio principal.
- Entralhar a rede – Fazer as malhas da rede, utilizando uma agulha própria.
- Enxama – Ferro cilíndrico do barco onde vai encaixar o remo, para poder impulsionar o barco.
- Espinel – É uma espécie de corrimão, mas utilizado nos barcos de pesca marítima
- Esprangeirado – Termo utilizado na Nazaré na baixa-mar, quando a maré seca bastante e fica com uma altura de água pequena, onde ainda se pode pescar. O robalo gosta de andar muitas vezes no esprangeirado, a acompanhar as ondas.
- Estindarte (estendal) – Zona da praia da Nazaré onde se seca o peixe.
- Estralho – Pequeno fio, que liga à madre (fio principal), onde é atado ou ‘empatado’ o anzol.
- Estravadura – Pequeno fio onde é atado ou ‘empatado’ o anzol
- Foquim – Utensílio que era utilizado na pesca para transportar o farnel. O foquim foi, depois, substituído por barças.
- Galeão – Barco de pesca antigo, a remos e vela, que foi substituído pela traineira, a motor.
- Gamela – Utensílio de pesca, onde era colocado o aparelho com anzóis. Levava quatro talas de aparelho.
- Groseira – Aparelho de pesca ao anzol que levava cerca de 75??? Anzóis.
- Guelricho (ou galricho) – Aparelho de pesca à enguia, com vários arcos, destinados a abrir a rede e fazer maior volume.
- Isca branca – Termo utilizado na pesca, para designar todo o tipo de isca mais clara, como: sardinha, petinga, lula.
- Lagaceira – Locais da maré com muita profundidade de água, comparativamente aos locais menos profundos que têm o nome de coroas.
- Lance – Locais de pesca da Arte Xávega, onde as redes eram lançadas à água e aladas. Cada lance tinha o seu nome. Na Nazaré, havia os seguintes lances:Moiteira, Coroa, Esquininha, Lance Norte, Seprum, Brasil, Paus, Borda do Poço, Ferro Morto, Corno Queijo (a sul da antiga foz do rio Alcoa).
- Lancha – Barco de pesca pequeno, com cerca de 3,5 metros, sem quilha.
- Leva de mar – Mar levadio, malvadio ou rabiosa – expressões utilizadas para significar que as ondas do mar estão muito altas.
- Linhada – Expressão utilizada quando o pescador do corrimão ou da cana, lançava o aparelho na água e alava-o, completando um ciclo ou linhada.
- Mar levadio – Igual a ‘leva de mar’, igual a malvadio e igual a rabiosa. Significa que as ondas estão muito altas.
- Mar raso – Mar calmo.
- Neta – Rede de arrasto da Arte Xávega.
- Paleco – Nome que era, e ainda é, dado ao forasteiro que visita a Nazaré.
- Panal – Utensílio de madeira, comprido, que era utilizado na areia, para ‘varar’ o barco ao mar, evitando que se enterrasse na areia. O panal era ensebado, para o barco deslizar melhor na areia.
- Panas – Utensílios em cortiça, utilizados nas redes, para as mesmas flutuarem, evitando que o peixe passasse por cima da rede. Em baixo, utilizam-se chumbos, para levar a outra extremidade ao fundo, fechando toda a passagem.
- Paneiros – Artefactos em madeira, rectangular, com rede no interior, onde é secado o peixe, na Nazaré.
- Pegadilho – Local da costa marítima, onde existem zonas em que os aparelhos de pesca ficam presos, impedindo a pesca adequada. Pegadilhos, podem ser: rochas, barcos afundados ou outros destroços.
- Poita – Âncora em pedra, para fundear o barco.
- Pranchada – Termo utilizado quando se apanha muito peixe, numa só pescaria.
- Rebaco – Peixe pequeno capturado nos rios da Zona Oeste do país. O seu nome verdadeiro é ruivaco ou ruibaco.
- Recoveira – Pau comprido de madeira que era utilizado para prender o cabo das redes da Arte Xávega.
- Remolhão – Iscada de minhocas, enfiadas numa linha com uma agulha, para pescar enguias à sertela.
- Roama – Peixe pequeno da família do goraz.
- Safar o aparelho – É o mesmo que desempachar o aparelho, isto é, tirar-lhe as voltas.
- Selha de aparelho – É o conjunto constituído por uma gamela com o aparelho com anzóis, nela colocado.
- Sertela – Arte de pesca à enguia, utilizando uma cana fina e um remolhão com minhocas, preso na extremidade da cana. A enguia atira-se à minhoca e fica com os dentes presos no fio e, nessa altura, dá-se à sertela, isto é, levanta-se a cana, com a enguia agarrada.
- Socos/socas – O mesmo que tamancos/tamancas. Calçado muito utilizado antigamente pelos nazarenas e nazarenas, respetivamente.
- Tala – Utensilio , geralmente feito de cana, onde eram colocados os anzóis já atados às estravaduras do aparelho de pesca.
- Tarrafa – Rede de pesca curta, de cerco, manejada por um só pescador que a lança no rio, à sua frente e depois ala-a lentamente.
- Teca de peixe – Porção de peixe.
- Traineira – Barco de pesca grande, a motor, geralmente utilizado na pesca à sardinha. Geralmente, tem mais de 20 metros.
- Tresmalho – Rede pesca de emalhar, com três malhas diferentes. A malha exterior é a mais larga e a mais interior a mais estreita.
- Velho de terra – Pescador que tinha a função de realizar as tarefas do barco, em terra.
- Xalavar – Utensílio de pesca, em rede, com um só arco, para transportar grandes quantidades de peixe. Um xalavar levava cerca de …. quilos.
- Xui – Ordem de compra dada na lota, ao preço a que o vendedor está a relatar no momento.
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